Somauma | Seiva e Cidade | Misericórdia e Algazarra | Largo da Misericórdia, 20

A seiva é a metáfora da força criadora que irriga, nutre e favorece o desenvolvimento de organismos vivos – cidades, inclusive. Este líquido presente nas plantas vasculares inspirou a Somauma na criação do movimento Seiva e Cidade, cuja ideia é conectar a recuperação de prédios vazios ou subutilizados a uma legítima revitalização social, uma forma de nutrir a comunidade, estimular a diversidade, a interação e o pulso social que define verdadeiramente uma cidade viva.

Seiva e Cidade é uma série de ativações e ocupações criativas que trarão arte, design e reflexões sobre a vida urbana para o Centro Histórico de São Paulo, uma região de beleza singular, porém ainda não totalmente integrada aos anseios da cidade.

EDIFÍCIO MISERICÓRDIA

Largo da Misericórdia, 20 - Centro Historico

O Edifício Misericórdia, construído em 1977 e é considerado um dos últimos grandes edifícios do Centro Histórico.

O imóvel ocupa o lugar que foi do Palacete Carvalho, construído em 1913 e demolido em 1972 para dar espaço a um moderno edifício comercial com 16 pavimentos, lojas no térreo e uma casa de zelador no topo. A assinatura é do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, Severo & Villares.

A construção iniciou em 1974, mas sofreu alguns revezes. Três anos mais tarde, quando foi solicitado o auto de conclusão final, uma surpresa: em vez dos 16 andares, o prédio foi entregue com apenas 10 (térreo + 9 andares).

O LARGO DA MISERICÓRDIA

O Largo da Misericórdia tem esse nome graças à Igreja da Misericórdia, construída no século 16 e reformada no século 18. No local ficava também o Chafariz da Misericórdia, o primeiro sistema de abastecimento gratuito de água de São Paulo.

O equipamento foi projetado por Tebas, um escravizado alforriado que é reconhecido como o primeiro arquiteto negro do Brasil.

Em 1866, o chafariz foi transferido para o Largo de Santa Cecília. A igreja da Misericórdia veio abaixo para dar espaço a um quiosque que, décadas mais tarde, também viraria escombro. O chafariz foi desmontado durante a Primeira Guerra.

Hoje no local está o edifício Ouro Para o Bem de São Paulo que, por acaso, está há décadas subutilizado.